31/03/10

POISSON D'AVRIL

A tradição do Dia das Mentiras remonta a 1564, ano em que Catarina de Médicis, regente da França em nome de Carlos IX, deliberou por decreto que o ano civil começaria a 1 de Janeiro. Até então, o ano civil arrancava no primeiro dia de Abril, em plena primavera.


Mas com tal mudança não se alteraram certos costumes. Assim, tendo-se transferido para o 1º de Janeiro o hábito de trocar prendas e votos de Boas Festas, não deixou de se manter idêntico procedimento no dia 1º de Abril. Simplesmente, como esta data tinha perdido o significado anterior, as prendas e mensagens que nela continuaram a trocar-se passaram a ser fictícias.

O dia 1 de Abril tornar-se-ia, assim, um remake carnavalesco, em que a astúcia dos mais engenhosos fazia gala em divertir-se à custa dos que acreditavam nas suas fantasias, por vezes delirantes.

Este costume rapidamente se expandiu por toda a Europa e outras partes do mundo, pois a França era então o modelo cultural de todas as civilizações ocidentais. Daí a designação de origem poisson d’Avril. E porquê poisson? Simplesmente porque no calendário zodiacal, a data sucede ao período reservado ao signo dos Peixes.

A contribuir também para as expressões correntes de Dia dos Enganos, ou das Mentiras, está o facto de coincidir com um período habitualmente enganador, em que o sol primaveril faz negaças, escondido entre nuvens invernosas.
Daí o conhecido ditado «Em Abril, águas mil».

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