Mas com tal mudança não se alteraram certos costumes. Assim, tendo-se transferido para o 1º de Janeiro o hábito de trocar prendas e votos de Boas Festas, não deixou de se manter idêntico procedimento no dia 1º de Abril. Simplesmente, como esta data tinha perdido o significado anterior, as prendas e mensagens que nela continuaram a trocar-se passaram a ser fictícias.
O dia 1 de Abril tornar-se-ia, assim, um remake carnavalesco, em que a astúcia dos mais engenhosos fazia gala em divertir-se à custa dos que acreditavam nas suas fantasias, por vezes delirantes.
Este costume rapidamente se expandiu por toda a Europa e outras partes do mundo, pois a França era então o modelo cultural de todas as civilizações ocidentais. Daí a designação de origem poisson d’Avril. E porquê poisson? Simplesmente porque no calendário zodiacal, a data sucede ao período reservado ao signo dos Peixes.
A contribuir também para as expressões correntes de Dia dos Enganos, ou das Mentiras, está o facto de coincidir com um período habitualmente enganador, em que o sol primaveril faz negaças, escondido entre nuvens invernosas. Daí o conhecido ditado «Em Abril, águas mil».
31/03/10
POISSON D'AVRIL
A tradição do Dia das Mentiras remonta a 1564, ano em que Catarina de Médicis, regente da França em nome de Carlos IX, deliberou por decreto que o ano civil começaria a 1 de Janeiro. Até então, o ano civil arrancava no primeiro dia de Abril, em plena primavera.
21/03/10
ÁRVORE E POESIA
Não basta abrir a janela
para ver os campos e o rio.
Não é o bastante não ser cego
para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
Alberto Caeiro
07/03/10
MULHER
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